Potosí, Cuzco, Santiago... Fla e a rotina de esquema ‘bate-volta’ na Libertadores
Nas outras vezes em que viajou no dia do jogo, equipe conseguiu bons resultados. Técnico da ‘La U’ ironiza medo de terremoto
Adriano tira foto com uma fã no aeroporto: time só chega ao Chile nesta quarta-feira à tarde O medo de terremoto induziu o Flamengo a optar por uma rápida passagem de sete horas por Santiago para enfrentar o Universidad de Chile nesta quarta-feira. Mas a inusitada programação de encarar quase três horas de voo no dia do duelo pela terceira rodada da Taça Libertadores não é novidade no clube.
Em 2007 e em 2008 a comissão técnica usou o mesmo procedimento para evitar a potencialização dos efeitos da altitude. A primeira experiência ocorreu em Potosí, cidade boliviana localizada a pouco mais de 4 mil metros acima do nível do mar.
A base montada em Sucre serviu até horas antes da partida. Depois, o time seguiu em dois microônibus por uma estrada sinuosa. Foram mais de 3h30m de viagem até o destino final. Em campo, apesar dos tubos de oxigênio e de diversos jogadores queixarem-se de náuseas, falta de ar e tonturas, a equipe conseguiu um empate heroico por 2 a 2.
Essa viagem no dia do jogo para Santiago não pode ser pior do que para Potosí. Mas é claro que bate um cansaço. Nosso time tem uma maneira compacta de se comportar fora de casa e precisamos jogar com inteligência – disse o lateral Juan.
Em 2008, o Flamengo adotou procedimento semelhante para chegar à cidade peruana de Cuzco, a 3.200m de altitude. A equipe ficou hospedada na capital Lima até o dia do jogo e pegou um voo de 1h30m até a sede da partida. Lá, foram recepcionados com vaias e cartazes criticando o temor do ar rarefeito. Em campo, no entanto, a estratégia deu resultado e o time venceu por 3 a 0.
Desta vez, a prevenção falou mais alto. A delegação encarou um voo de 1h40m do Rio de Janeiro a Porto Alegre na tarde de terça-feira. Dormiu na capital gaúcha e segue no início da tarde para Santiago. Mais quase 2h40m dentro do avião. Tudo para que os jogadores não se abalem por causa do temor de vivenciarem um sismo.
Três horas de viagem sentado incomoda. Ideal seria chegar um ou dois dias antes. Mas como é estado de emergência, o mais importante é a segurança de todos – declarou Andrade.
No Chile, a atitude não foi bem recebida pelo técnico do Universidad de Chile, o uruguaio Gerardo Pelusso.
Os brasileiros jogam bola muito bem, sabem ser simpáticos, sabem dar beijos diante das câmeras e sabem ter medo quando é conveniente. Eu não acredito neles – disse.
Líder do Grupo 8, com seis pontos, o Flamengo entra em campo no estádio Monumental às 21h50m (de Brasília).
Eduardo Peixoto O GLOBOESPORTE.COM
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